quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

poema feito a dois [2]

nos meus beijos (faça-te água)
eram seus beijos
que eu queria.

nos abraços
os seus braços
que eu sentia

nas partidas esperava sua volta
e se ao certo há uma hora
não importa.

pois

os desejos desejados a você
são desejos que eu desejo
sem saber.

sábado, 12 de novembro de 2011

poema mal feito.

cada ação na mente
gera uma mente sem ação
a gente nem sente
quando para o coração
em frio vira o quente
a gente nem sente
os gritos de não

posterga-se o tempo
posterga-se a ordem
posterga-se a calma
posterga-se o verso
posterga-se a alma
que rima com calma...
e o resto eu esqueço.

domingo, 30 de outubro de 2011

Vermes.

Olho para a panela
Suja de restos e com vermes.
A água nela vejo fervendo, e os vermes?
Eles em intensa tentativa de fuga.
“Será que se pudessem gritar, eles o fariam?”
Perguntava-me friamente, sem importar-se realmente.
Da inerente lógica do instinto
Vem a impressão de que sim é minha resposta,
Acreditando numa onírica consciência helmíntica.
Sei que se eles soubessem o quanto me importo
Não se dariam ao trabalho de fazê-lo.
Continuo o que estava fazendo,
Tendo em mente o fato de que
Não os ignoro por serem vermes, ignoro-os por serem vivos
Ignoro-os como o mundo faz com todos,
Ignoro-os como o mundo faz até mesmo comigo.

sábado, 29 de outubro de 2011

poema feito por dois.

E vem o amor
com o amargo gosto doce
e as flores e as promessas
e vem o amor com pressa
sorrindo triste como se fosse
o velho amor de cinema
o desejado amor doce

e vem o amor
com os pássaros e as músicas
com as verdades únicas
de um futuro bom

e vem o amor
com seu jeito ágil
com a idéia fácil
que duas pessoas vibram o mesmo tom

E volta o amor
com seu doce gosto amargo
pesado como um trago
vão-se os beijos, os agrados
e o riso saudável do afago
se dissolve no pesar da solidão

e volta o amor
se esquecedo de afagar o velho mimo
fazendo com o máximo, o mínimo
valor deste triste coração

e volta o amor como a chuva de verão
que traz o que é fértil em instantes
mas o amor leva consigo a razão



feito em companhia de um amigo.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Cuida do seu mundo que eu cuido do meu.

Isso, respira.
Considere-se feliz, seu pai lhe disse que é!
Te vejo tendo bons momentos é o que ele diz.
Mal sabe ele que meu tipo, um mundo em si fica a criar
E nesse mundo no qual constantemente me abrigo,
Chuva, peste e fome estão a pairar.
Respira, tenha foco e não largue seu sonho
Pois, nesse mundo só seu, você é Deus
E tem direito de mandar.

Só dela




Não consigo pensar,
Desculpem-me meus amores,
Simplesmente não consigo pensar.
Quando problemas me ocorrem,
A única musa que tenho,
É a que por último me consolou.
Chame-me de vendido, que eu até aceito o posto
Levando em conta a vida, vocês podem muito bem ter razão.
A moça do cabelo cor de mel,
Que apoiou-me, bem-me-disse e feliz me abraçou,
Hoje, só posso dizer por hoje,
É exclusiva em meu coração.

Inevitável.

Era claramente inevitável
Mas quem disse que eu ligo?
Atrevo-me a dizer
Que de leve, até gostei.

Bom, fico mais um ano aqui,
Deixo de um ano lá ficar
E com aquela malemolência doída
Finjo que estou a fingir de gostar.

Confuso é a palavra resposta
Quando a pergunta for “como estás?”
Mastigo então a notícia,
Que longe de ser macia é.
Já me acostumei com o viver, agora
Vou voltar a sonhar.

Vestido longo.



Veio ela hoje aqui
De vestido longo, bela
Veio toda tranquila,
Toda charmosa, toda jeitosa
E toda sorriso.

O galanteio foi inevitável
E do jeito mais sutil
Elogiei-lhe. Ela gostou
Gostou e em resposta falou de mim
Tá moço bonito, parece trabalhador!
Eu gostei.

Carinho místico este
Que por ela sinto,
Ela que toda jeitosa, charmosa e tranquila
Começa a minha vida clarear.

E assim foi, saí de cena
Com o vestido em mente,
E com a dona do vestido
Guardada no coração.

Grandeza falha.



Eu realmente esperava por alguém,
Mas, como sempre
Acabei ficando confuso.
Eu sempre pensei
Que era destinado às grandes coisas,
Então, num estúpido erro
Fiquei a esperar o grande feito
E deixei de lado o resto,
Eu realmente esperava alguém,
Mas, essa pessoa não existe
E meu ano acabou.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

eu não ligo de me machucar
nem atento pra minha saúde
não regulo meus pulmões
não controlo meu dinheiro
nem condiciono qualquer atitude
que me faça mal
como coisa que devo evitar

sinto falta da rainha branca
me apaixonei pela princesa verde
gosto muito da verdade doce
e até arriscaria, dependendo do dia,
uma coragem amarela

acho bem bonito uma pessoa triste
e me entedio com a felicidade
daria um braço pra viver bem
mas vivo mal pela liberdade
porque na vida quem sorri demais
com certeza ignora
o direito de sentir
a beleza de amar

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Quase que para pedir desculpas.








Estando sob pressão
Feita por um fantasma
Branco, cor de neve.
Paralisei-me diante de tão delicada beleza
Bela, triste, sôfrega, cheia de trejeitos e doce.
Diz-me que jamais no mundo recebeu
Grande e sincero elogio.
E eu já as vésperas de me apaixonar
Pergunto como se sabendo a resposta
Se nessa vida de miséria,
Seus belos cabelos dourados
E a pequena pinta em sua face
Poderão, um dia, me amar.


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Não poderia colocar outro rosto para ilustrar essa poesia e não posso colocar uma foto do alvo dela, então vou colocar algo que me lembre essa moça.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Romance.




O tempo passa e eu continuo pensando em você
E chego à conclusão que isso não vai passar
Eu continuarei pensando em você cada dia mais.
A saudade não passa e segue crescente em mim
A solidão a dois não satisfaz minha vontade
E eu passo a ter minha companhia como melhor amigo.
Você me visita quando fecho os olhos
Me sinto mais próximo de você
Por não poder ver quão grande é a distância que existe
Que acaba no pensamento, viciado na sua imagem,
Que sente saudade de imaginar você,
Quando em algum segundo se concentra em outro delírio
De um futuro que ele só sabe que chegará...
Mas ele só sabe que chegará.
A vida se despedaça
mesmo, eu vi
como estilhaços de vidro
Dá pra sentir
como aquelas músicas
que acabam
baixinho.

A terça parte da raiva

Nada se faz.
Respira, suspira.
Resigna-se.
Deus morre com a esperança.

domingo, 9 de outubro de 2011

Antes que você faça nada.







Estava sentado em um banco
Com alguma companhia,
 A alma quase vazia
E o peito sujo de branco.

Então a linda sexy moça apareceu
Com allstar sujo e trejeito sexual
Deixando o frio e maldito eu
Nesse fulgor intenso, animal.

Esperando por alguma cortesia
A pequena e escura rua ela descia,
Sentindo-me praticamente lixo,
Ela se vai e nervoso pareço um bicho.

Numa paixão de dois minutos fiquei cego
O doce vinho que me acalma renego
E na minha lista de amores, ela eu agrego.



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Para a linda mulher que tocou meu coração somente por estar bêbada e parecer não se importar com isso.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Sobre cores e amores.

 
 
 
Pelo preto, pelo rosa ou vermelho,
Pelo amarelo ou mesmo marrom.
Pelo jeito mais doce e delicado e peculiar,
Ou mesmo pela petulância egocêntrica
Da leoa rainha, que é rainha de si e de todos.
Por todas as cores,
De amores nem tão bem vividos
Que me apresento aqui e
Agradecendo feliz e sorridente,
Esbravejo ao mundo:
“NÃO SOU CEGO DE AMOR!"

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Só morre afogado quem sabe nadar.




Mais forte que água,
Levou-me para dentro de si.
Arrastou-me com sua torrente
De jeitos, trejeitos e prosa.

Desgraçado é o homem que
Achando que seu coração controla
Pensa e tenta em vão
Sua paixão dominar.

E esse maldito sujeito eu,
Que caiu neste infortúnio,
Agora desse vermelho e
Revolto mar, tenta sem sucesso escapar.

Afogado em amor pueril
Espero o merecido desfecho.

Soneto para a ladra miserável.




Essa ladra surgiu numa noite de bar.
Roubou meu coração insolente,
Não tendo meus sentimentos em mente
E quase nem homem, deixei levar.

Porém, não tão esperta assim
Essa ladra mostrou-se a mim,
Uma trilha de sangue do órgão a jorrar
Fez-me facilmente ela encontrar.

Bati a sua porta com fúria,
Reivindicando meu coração,
E vi em seu rosto que de amor vive na penúria.

Com grande pesar e emoção,
Abri mão de minha luxúria,
E assumi condolente minha abstenção.

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Começo assim, sinceramente espero que gostem e comentem. Pretendo manter um bom ritmo de postagens. 

Segunda-feira


Era segunda-feira e como de costume eu acordava por voltas das sete horas da manhã, pois ás nove e meia começaria uma aula de “Processos Criativos”, que eu cursava como matéria optativa com a turma de calouros de Artes Cênicas há sete meses, sendo assim eu gostava de ter um tempo pra fazer o meu ritual matinal que consistia em: acender o cigarro, caminhar até a cozinha, pegar uma xícara do café que estava na cafeteira (que intencionalmente eu deixava ligada pra que o café feito no dia anterior estivesse quente quando eu acordasse), sentar no sofá da sala para preparar um baseado e tomar um banho antes de sair.

Dessa forma, fui para sala e liguei o rádio na estação que tinha um programa onde tocavam aquelas músicas antigas dos tempos dos nossos pais, mas que nós também gostamos de ouvir por ter crescido ouvindo isso nos churrascos de fim de semana, enfim sentei-me no sofá e comecei a dichavar a maconha prensada e úmida, o que indicava uma erva de ótima qualidade, porém isso dificultava o processo de dichavação, mesmo assim minha prática nessa tarefa agilizou um pouco o processo, e em dois minutos já estava pronto o cigarro. Lá pela terceira tragada começa a tocar no rádio “Sultans of Swing” da banda Dire Straits, isso me fez abrir um leve sorriso de canto, pois essa música tem um ar de boas vibrações que me deixou feliz, e me fez pensar coisas boas, (como saber que em algumas poucas horas eu estaria numa sala com uma maioria esmagadora de mulheres recém chegadas na universidade), peguei de forma sonolenta o café na mesa e dei um gole. No fim da música, o fino baseado produzido estava perto do fim e o café havia acabado, fiquei no sofá esperando que chegasse o fim do programa as oito, pra que assim eu pudesse seguir pro banho, que pra mim por ser o primeiro deve ser o mais longo, pois ali eu coloco os pensamentos do dia em ordem.

Saí de casa as nove e dez, resolvi não ir de carro já que o dia parecia convidativo a uma caminhada de quinze minutos até a universidade, no meio do caminho percebi que meus cigarros tinham acabado então passei em um boteco próximo ao portão de entrada da faculdade. Saindo do estabelecimento, me lembrei uma coisa que me fez sentir um sorriso interno, segunda-feira eu fazia uma tarefa que vinham desenvolvendo desde o primeiro dia de aula dessa disciplina, que era analisar uma colega de classe, seu nome era Thaís, ela não era do tipo que chamava a atenção de todos os homens, mas tinha um estilo e uma personalidade muito peculiar, talvez fosse isso que me atraía nela, essa personalidade que era quase como um segredo pra ela, mas que nesses meses todos eu fui descobrindo como um amigo íntimo que ela nem sabia que tinha.

Thaís era um tipo tímido que havia saído da casa dos pais para fazer faculdade e resolveu cunhar uma nova personalidade, que fosse mais dela, porém nada tirava o ar envergonhado de suas palavras, como quem espera aprovação. Seus gestos e trejeitos eram recatados até quando ela fumava, como um ato de rebeldia inexperiente, percebido no momento em que ia acender o cigarro de forma desastrosa. Na sala de aula Thaís nitidamente queria mostrar que tinha opinião própria e em muitos momentos ela colocava de forma segura seus pontos de vista, mas de mim ela nunca escondeu os olhinhos que pareciam tremer ao olhar pra sala como quem busca ler os pensamentos das pessoas e saber se alguém estava debochando de suas palavras. Sua pele era muita branca, seus cabelos longos e negros, eram descoloridos nas pontas, (o que as mulheres chamam de pintura à californiana), seu corpo era magro, o que não significa que ela não tivesse pequenos seios delicados e firmes, uma bunda deliciosamente e exatamente do tamanho em que ela precisava ter pra me fazer perceber que aquelas nádegas quando nuas, prometiam mais do que se podia ver quando estava nas calças, sua barriga era chapada e muitas vezes eu parava meus olhos em um centímetro de espaço entre a blusa que ela usava e o cós das calça, pra mim era pouco, mas o suficiente pra me tirar a atenção por muito tempo. Quanto às roupas, Thaís não era muito ousada, mas tinha seu estilo, era uma mistura de menina com universitária bicho-grilo, usava óculos com uma grossa armação de cor roxo claro, o que dava um ar intelectual, em meio a essa procura por um estilo próprio que ela mostrava. Seus lábios quase sempre estavam com um batom vermelho escuro, muitas vezes gasto após fumar um cigarro.

Depois de ficar pensando nesse estilo confuso que essa menina que tinha se tornado pra mim uma íntima desconhecida, eu percebi que já havia chegado ao bloco onde aconteceria a aula. Cheguei com cinco minutos de atraso, já que quando eu estou perdido em algum pensamento eu costumo andar muito devagar. A professora ainda estava arrumando o data show, pois ela usava slides durante a aula; procurei um lugar mais no fundo onde eu pudesse observar toda a sala, me sentei e de início percebi que Thaís ainda não havia chegado, fiquei meio frustrado com aquilo, mas tentei me acalmar pois, a sala estava um pouco vazia o que indicava que muitas pessoas ainda iam chegar. E como eu imaginava após dez minutos de aula Thaís abriu a porta e entrou rapidamente atravessando a sala, numa tentativa fracassada de não atrapalhar a explicação que a professora dava, já que ela enroscou o pé em uma cadeira, o que fez um grande barulho tirando a atenção de todos que estavam na sala, inclusive da professora, fingindo que nada havia acontecido, mas com uma vergonha que eu pude perceber já que a observava com muita atenção desde que entrou, tentando descobrir como estava o humor da encantadora garota que me despertava muitos pensamentos sexuais. Pude ver que ela estava bem, porém um pouco inquieta, já que a aula sobre “Estética em Marx” não lhe interessava muito, ela se sentou, olhou para os lados, cumprimentou algumas amigas com um sorriso e tirou uns papéis da bolsa. Alguns amigos seus chegaram, e por gestos e mímicas ela se comunicava, trocava livros, papéis avulsos, até que um dos livros lhe fez parar por alguns minutos. Enquanto ela lia, seu decote mostrava pequenos seios que cabiam na palma da minha mão com perfeição, fiquei pensando que ela poderia se movimentar fazendo com que o sutiã se afastasse um pouco do corpo me deixando ver quem sabe um mamilo. Como se lesse meus pensamentos, com inocente atrevimento ela colocou os braços para baixo, realizando meu desejo me surpreendendo com um pequeno mamilo rosado, que parecia ter sido colocado ali por um pintor renascentista, mas meu deleite foi curto, quando Thaís hiperativamente se mexeu novamente impedindo minha visão edênica.

Em alguns momentos Thaís percebeu que eu a observava e nossos olhares se cruzavam, eu queria sustentar a mirada, porém sua timidez (ou falta de interesse em mim) não permitiam uma encarada com mais de cinco segundos, o que para mim não era problema, eu sentia uma leve esperança de que um dia eu pudesse me envolver com ela, pra descobrir se meus pré-conceitos sobre estavam corretos.

Olhei no relógio e percebi que já haviam passado quarenta minutos da aula, concluindo que havia ficado muito tempo preso nos trejeitos de Thaís. Reparei que a dita moça fuçava a bolsa que parecia conter muitas coisas pequenas, como é de costume em bolsas femininas, logo ela retirou um batom da bolsa – o detalhe do batom me cativou muito, já que hoje em dia é comum as mulheres usarem só o chamado brilho labial, que é incolor – e com um gesto delicado ela passou primeiro no lábio inferior e depois no lábio superior fazendo após isso um movimento cinematográfico com os lábios para que o batom se espalhasse por toda boca igualmente. Ela fechou o batom e guardou-o na bolsa, em seguida fez o mesmo com alguns livros, cochichou algo no ouvido de sua amiga que sentava a sua frente, levantou-se colocou a bolsa no ombro esquerdo e saiu. Ela havia ido embora... Foi embora sem dar nenhuma leve olhada pra mim como quem se despede, sem dar adeus. Até segunda que vem.

Gênesis.

O blog “Inversão Poética” vem com a intenção de mostrar alguns textos de dois escritores que intencionam fazer uma coletânea de algumas de suas obras que diferem de seus demais trabalhos em outras áreas da literatura. Não começamos agora, escrevemos cada um em seu estilo a certo tempo e o blog será essencialmente composto por poesias, contos e crônicas que em muitas vezes serão autobiográficos. Esperamos postar textos com a maior freqüência possível. Essa união poética não se dá por haver algum tipo de identificação no que se refere ao estilo dos escritores, cada um escreverá de forma independente do outro, sem haver nenhum compromisso temático ou estético.

Esperamos sinceramente que todos apreciem nossas tentativas literárias e que critiquem, positivamente ou não, fazendo com que possamos evoluir.

Assim sendo, anunciamos o nascimento do blog “Inversão Poética” e junto dele a parceria de dois jovens escritores, sem compromisso nenhum com a moral, ética ou mesmo com a lógica.